Dança do ventre é uma arte e, como tal, envolve três fatores:
teoria, prática e alma,
sem a qual nenhuma forma de arte vem à vida.
Vivenciar essa dança significa (re)aprender a sabedoria do corpo, de modo que a 'Mulher-Dançarina' se torna consciente
de sua cultura adquirida à qual foi condicionada,
assim como das repressões e bloqueios
que guarda em seu corpo.
A dança do ventre pode ajudar às mesmas na busca de sua própria identidade, como mulher e como ser humano.
Abrindo um caminho para um processo de autoconsciência, que as ajuda a reconhecer e defender suas próprias necessidades e desejos, independentemente de determinação sexual e atribuição de papéis sociais.
A dança do ventre ensina-nos uma atitude: uma nova maneira de expressar-se muito além de uma cega imitação. É uma fonte de coragem e inspiração que proporciona uma oportunidade para descobrir a si mesmo em um nível mais profundo.
É uma dança de isolamentos, em que as várias partes do corpo movem-se individualmente, independentes umas das outras, mas acabam formando uma unidade. Brincando entre as linhas de uma Geometria Sagrada...encontrando toda a natureza em si... descobrindo-se parte dela.
A força dos movimentos dessa dança emana da parte inferior de nosso corpo, onde seu equilíbrio se centraliza e ancora, nos nossos pés, pernas e quadris.
Ela relaciona nosso ventre com o centro gravitacional da Terra, e ao dançarmos, o incorporamos em um grande círculo de energia, tornando-nos o próprio centro. E até mesmo os desenhos feitos pelos movimentos de nossos dedos, partem de uma energia que emana do ventre. E cada único movimento, mesmo pequenino, anseia por voltar a este centro. Todo o corpo oscila em torno deste centro, o centro do mundo, o umbigo no centro de nosso ventre.
Através dos movimentos dessa dança, a mulher expressa sua coragem de amar e de viver. Sabendo que os mesmos movimentos que ela está fazendo hoje, têm sido realizados por mulheres desde os primórdios da existência humana, despertam nela a fé e a auto-confiança.
Em essência, a dança do ventre é a arte de amar, arte essa que começa consigo mesma...